Atividade física e gestação
Fiquei grávida. E agora, o que eu faço? Posso praticar esporte, ou devo interrompê-lo? Sou sedentária, devo iniciar a prática desportiva agora que estou grávida? Existe alguma orientação especial, ou restrição em praticá-la? Corro o risco em abortar, em caso de exercitar-me logo no início da gestação? A prática regular de esportes vai trazer algum tipo de benefício para o futuro bebê? Que tipo de atividade física devo praticar no transcorrer da gestação?
Perguntas como estas são muitíssimo comuns no dia-a-dia do ginecologista e obstetra, o que nos motivou a elaborar alguns comentários a este respeito.
Há um consenso geral na literatura científica de que a realização de exercícios de intensidade leve a moderada durante a gravidez proporcione inúmeros benefícios à saúde da mulher e do concepto. A sua prescrição durante a gestação tem por objetivo auxiliar com que a futura “mamãe” tenha uma gestação saudável e prazerosa, reduzindo as complicações inerentes a tal período.
Com relação ao sistema cardiovascular materno, sabe-se que este sofre um incremento importante no transcorrer da gestação. A atividade física regular contribui com a redução do estresse cardiovascular, propiciando desta forma freqüências cardíacas mais baixas, maior volume sangüíneo em circulação, maior capacidade de oxigenação, menor pressão arterial, além da prevenção de trombose de varizes.
Em relação ao ganho de peso corporal sabe-se que, em condições ideais, a gestante deve engordar de 1 a 1,5 quilos por mês, o que significa acréscimo de 9 a 12 quilos ao final de 9 meses. A atividade física (principalmente a aeróbica) auxilia de forma significativa o controle do peso e manutenção do condicionamento, além de reduzir o risco de diabetes gestacional.
A postura materna e o equilíbrio se alteram no transcorrer da gestação, o que propicia a hiperlordose, em função da expansão do útero na cavidade abdominal e conseqüente mudança do centro gravitacional. O exercício reduz e previne a exacerbação de tal alteração, à medida que auxilia na orientação e adaptação à nova postura, refletindo-se em maior habilidade da gestante tanto em exercitar-se quanto no desenvolvimento de suas atividades diárias.
Em relação ao concepto, sabe-se que o ambiente materno é decisivo para o crescimento e desenvolvimento do mesmo, podendo influenciá-lo positiva ou negativamente. Nas futuras mães adeptas à prática desportiva, seus bebês tendem a apresentar pesos maiores e melhor função miocárdica (músculo cardíaco), quando comparadas às mães sedentárias.
Por ocasião do trabalho de parto, acredita-se que a atividade física regular fortaleça a musculatura pélvica, proporcionando assim maior número de gestações a termo (contribuindo desta forma para a redução da prematuridade), maior facilidade e tolerância no trabalho de parto (com melhor recuperação no pós-parto), além de redução no número de cesáreas (pela maior flexibilidade das articulações e ligamentos pélvicos).
Em síntese, todas as mulheres que não apresentem contra-indicações devem ser incentivadas à prática de atividade física aeróbica, de resistência muscular e de alongamento. As atividades escolhidas devem apresentar pouco risco de perda de equilíbrio (pela possibilidade de queda com trauma subseqüente), evitar treinos com freqüência cardíaca acima de 140 batimentos/minuto e com contrações isométricas máximas, exercícios na posição supina, exercícios em ambientes muito quentes e piscinas muito aquecidas.
As atividades contra-indicadas são aquelas que envolvam competição com movimentos repentinos e saltos, artes marciais, levantamento de peso, flexão e extensão profunda (pois a gestante já apresenta frouxidão ligamentar), prática de mergulho (risco de embolia fetal na descompressão).
No caso de surgirem sintomas como dor abdominal, cólicas, sangramento vaginal, tonturas, palpitações e alterações visuais, deve-se interromper imediatamente a realização das mesmas.
E não se esquecer, finalmente, do bom senso. Cada gestante deve respeitar o seu limite e não abusar. Desta forma, poderá colher todos os benefícios para a manutenção de uma boa qualidade de vida para si própria e para o futuro bebê.
Você sabia que a hidroginástica apresenta uma série de vantagens? A movimentação corporal é facilitada pela sustentação da água, aliviando cerca de 70% do peso corporal. Há um aumento da auto-confiança, pois você irá conseguir realizar exercícios que normalmente não realizaria fora da água. Diminuição das dores e espasmos musculares; auxílio na postura e equilíbrio; melhoria das capacidades e qualidades físicas, bem como do condicionamento físico-aeróbio, força, resistência, flexibilidade, coordenação global, ritmo e agilidade. Tudo isso com ausência de impacto nas articulações. Portanto, se for uma atividade física que lhe dê prazer, pratique-a. - Dica: Aulus Sellmer
Dr. Altamiro Ribeiro Dias Filho - ginecologia e obstetrícia
Perguntas como estas são muitíssimo comuns no dia-a-dia do ginecologista e obstetra, o que nos motivou a elaborar alguns comentários a este respeito.
Há um consenso geral na literatura científica de que a realização de exercícios de intensidade leve a moderada durante a gravidez proporcione inúmeros benefícios à saúde da mulher e do concepto. A sua prescrição durante a gestação tem por objetivo auxiliar com que a futura “mamãe” tenha uma gestação saudável e prazerosa, reduzindo as complicações inerentes a tal período.
Com relação ao sistema cardiovascular materno, sabe-se que este sofre um incremento importante no transcorrer da gestação. A atividade física regular contribui com a redução do estresse cardiovascular, propiciando desta forma freqüências cardíacas mais baixas, maior volume sangüíneo em circulação, maior capacidade de oxigenação, menor pressão arterial, além da prevenção de trombose de varizes.
Em relação ao ganho de peso corporal sabe-se que, em condições ideais, a gestante deve engordar de 1 a 1,5 quilos por mês, o que significa acréscimo de 9 a 12 quilos ao final de 9 meses. A atividade física (principalmente a aeróbica) auxilia de forma significativa o controle do peso e manutenção do condicionamento, além de reduzir o risco de diabetes gestacional.
A postura materna e o equilíbrio se alteram no transcorrer da gestação, o que propicia a hiperlordose, em função da expansão do útero na cavidade abdominal e conseqüente mudança do centro gravitacional. O exercício reduz e previne a exacerbação de tal alteração, à medida que auxilia na orientação e adaptação à nova postura, refletindo-se em maior habilidade da gestante tanto em exercitar-se quanto no desenvolvimento de suas atividades diárias.
Em relação ao concepto, sabe-se que o ambiente materno é decisivo para o crescimento e desenvolvimento do mesmo, podendo influenciá-lo positiva ou negativamente. Nas futuras mães adeptas à prática desportiva, seus bebês tendem a apresentar pesos maiores e melhor função miocárdica (músculo cardíaco), quando comparadas às mães sedentárias.
Por ocasião do trabalho de parto, acredita-se que a atividade física regular fortaleça a musculatura pélvica, proporcionando assim maior número de gestações a termo (contribuindo desta forma para a redução da prematuridade), maior facilidade e tolerância no trabalho de parto (com melhor recuperação no pós-parto), além de redução no número de cesáreas (pela maior flexibilidade das articulações e ligamentos pélvicos).
Em síntese, todas as mulheres que não apresentem contra-indicações devem ser incentivadas à prática de atividade física aeróbica, de resistência muscular e de alongamento. As atividades escolhidas devem apresentar pouco risco de perda de equilíbrio (pela possibilidade de queda com trauma subseqüente), evitar treinos com freqüência cardíaca acima de 140 batimentos/minuto e com contrações isométricas máximas, exercícios na posição supina, exercícios em ambientes muito quentes e piscinas muito aquecidas.
As atividades contra-indicadas são aquelas que envolvam competição com movimentos repentinos e saltos, artes marciais, levantamento de peso, flexão e extensão profunda (pois a gestante já apresenta frouxidão ligamentar), prática de mergulho (risco de embolia fetal na descompressão).
No caso de surgirem sintomas como dor abdominal, cólicas, sangramento vaginal, tonturas, palpitações e alterações visuais, deve-se interromper imediatamente a realização das mesmas.
E não se esquecer, finalmente, do bom senso. Cada gestante deve respeitar o seu limite e não abusar. Desta forma, poderá colher todos os benefícios para a manutenção de uma boa qualidade de vida para si própria e para o futuro bebê.
Você sabia que a hidroginástica apresenta uma série de vantagens? A movimentação corporal é facilitada pela sustentação da água, aliviando cerca de 70% do peso corporal. Há um aumento da auto-confiança, pois você irá conseguir realizar exercícios que normalmente não realizaria fora da água. Diminuição das dores e espasmos musculares; auxílio na postura e equilíbrio; melhoria das capacidades e qualidades físicas, bem como do condicionamento físico-aeróbio, força, resistência, flexibilidade, coordenação global, ritmo e agilidade. Tudo isso com ausência de impacto nas articulações. Portanto, se for uma atividade física que lhe dê prazer, pratique-a. - Dica: Aulus Sellmer
Dr. Altamiro Ribeiro Dias Filho - ginecologia e obstetrícia
Fonte: Labirinto do Corpo
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